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O café como financiador das artes no Brasil

O café chegou ao Brasil em 1727 trazido pelo Sargento-Mor Francisco de Mello Palheta, oriundo da Guiana Francesa, a pedido do governador do Maranhão e Grão Pará, que o enviara para lá especificamente com essa missão. Ele não imaginava que estava trazendo consigo o que viria a ser uma das mais tradicionais e importantes bebidas nacionais.

Anos mais tarde o café emergiu para a posição de produto-base da economia brasileira. Desenvolveu-se com total independência, ou seja, apenas com recursos nacionais, sendo, afinal, a primeira realização exclusivamente brasileira que visou à produção de riquezas.

Os barões do café impulsionaram o mercado de arte brasileiro. O dinheiro vindo das plantações financiou a produção de retratos, que até então era exclusividade dos senhores de engenho e da borracha. Estes estimulavam as artes ao encomendar obras para suas coleções particulares e usavam seu prestígio para que os artistas alcançassem financiamentos e bolsas para desenvolver seus estudos no exterior.

Augusto Müller - Retrato da Baronesa de Vassouras
Durante seu apogeu, na década de 1850, a cidade de Vassouras ostentou o título de “maior produtora de café do mundo”. Os fazendeiros do café, antes rústicos, educavam-se, socializavam-se e suas fazendas eram ampliadas e reformadas para atender às novas necessidades e receber hóspedes ilustres vindos da Corte. Foram construídos casarios, palacetes, hotéis (que viviam repletos), joalherias, teatro e sua vida social era intensa. Vassouras chegou a ser a maior cidade com fazendeiros nobilitados, passando a ser conhecida como “Cidade dos Barões”.


Benedito Calixto de Jesus - Rampa do Porto do Bispo em Santos, 1900
Na cidade de Santos, no início do século XX, ficava o centro das negociações com café, onde foi criada a Bolsa do Café, na época, a maior praça cafeeira do planeta. Tal qualidade permitiu a criação do café tipo Santos.

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