Finalmente neste domigo eu conseguí encontrar içá. Estava até desistindo de colocar esta receita no meu próximo livro, pois sei que a época de "cata" é no começo do verão e preciso editar o livro antes disso. Mas felizmente encontrei o
Sr. Ocílio, uma autoridade em cozinha valeparaibana. Já publicou diversos livros sobre o costume dos tropeiros e o Vale do Paraíba. E em seu rancho rancho na cidade de Silveiras, a 200 km de São Paulo, funciona além do
restaurante, um centro de tradições tropeiras com uma cozinha pedagógica para o ensino e a continuidade das tradições tropeiras.
Fogão a lenha que é a cara da comida da roça.
A comida de lá é uma delícia, comí de tudo, me atolei na vaca atolada, no giló, feijão tropeiro, canjiquinha de milho. Tudo muito bom, um tempero leve, comida caipira de verdade!
Eis que chega a hora do içá. Seu Ocílio me chama na cozinha e as cozinheiras me mostram como se prepara a iguaria. No restaurante eles tem o içá torrado e congelado, por isso uma etapa a menos (a torra). Confesso que levantou um cheiro forte e não muito agradável durante a fritura, mas depois da farofa pronta não teve quem não provou e concordou. Monteiro Lobato tinha razão, a bundinha da tanajura é gostosa!
O preparo da farofa de içá.
E a farofa pronta. "O caviar de Taubaté", como dizia Monteiro Lobato.
Agora já estou com todas as receitas reunidas, posso terminar o livro que deve sair no início de setembro. Em breve posto a receita.
Tem até sací no rancho, a mula sem cabeça eu não ví mas o Sr. Ocílio disse que elas aparecem de vez em quando para cantar para as tropas. É ir para ver.