Comida é Arte no Gourmand World Cookbook Awards
O Cookbook Festival é um evento organizado desde 1995 por Gourmand International que premia, todos os anos, os melhores livros sobre alimentação.
O livro Comida é Arte está concorrendo como o melhor livro brasileiro do ano de 2009 na categoria "Best Cookbook Illustrations".
Chá das cinco
Que tal um chá com a Família Real inglesa?
A Donkey Products desenvolveu saquinhos de chá com figuras que ficam encostadas na sua xícara enquanto o chá fica pronto. Além da Família Real, exitem os Democratas e o Streptea.
A Donkey Products desenvolveu saquinhos de chá com figuras que ficam encostadas na sua xícara enquanto o chá fica pronto. Além da Família Real, exitem os Democratas e o Streptea.
O café como financiador das artes no Brasil
O café chegou ao Brasil em 1727 trazido pelo Sargento-Mor Francisco de Mello Palheta, oriundo da Guiana Francesa, a pedido do governador do Maranhão e Grão Pará, que o enviara para lá especificamente com essa missão. Ele não imaginava que estava trazendo consigo o que viria a ser uma das mais tradicionais e importantes bebidas nacionais.
Anos mais tarde o café emergiu para a posição de produto-base da economia brasileira. Desenvolveu-se com total independência, ou seja, apenas com recursos nacionais, sendo, afinal, a primeira realização exclusivamente brasileira que visou à produção de riquezas.
Os barões do café impulsionaram o mercado de arte brasileiro. O dinheiro vindo das plantações financiou a produção de retratos, que até então era exclusividade dos senhores de engenho e da borracha. Estes estimulavam as artes ao encomendar obras para suas coleções particulares e usavam seu prestígio para que os artistas alcançassem financiamentos e bolsas para desenvolver seus estudos no exterior.
Anos mais tarde o café emergiu para a posição de produto-base da economia brasileira. Desenvolveu-se com total independência, ou seja, apenas com recursos nacionais, sendo, afinal, a primeira realização exclusivamente brasileira que visou à produção de riquezas.
Os barões do café impulsionaram o mercado de arte brasileiro. O dinheiro vindo das plantações financiou a produção de retratos, que até então era exclusividade dos senhores de engenho e da borracha. Estes estimulavam as artes ao encomendar obras para suas coleções particulares e usavam seu prestígio para que os artistas alcançassem financiamentos e bolsas para desenvolver seus estudos no exterior.
Durante seu apogeu, na década de 1850, a cidade de Vassouras ostentou o título de “maior produtora de café do mundo”. Os fazendeiros do café, antes rústicos, educavam-se, socializavam-se e suas fazendas eram ampliadas e reformadas para atender às novas necessidades e receber hóspedes ilustres vindos da Corte. Foram construídos casarios, palacetes, hotéis (que viviam repletos), joalherias, teatro e sua vida social era intensa. Vassouras chegou a ser a maior cidade com fazendeiros nobilitados, passando a ser conhecida como “Cidade dos Barões”.
Benedito Calixto de Jesus - Rampa do Porto do Bispo em Santos, 1900
Na cidade de Santos, no início do século XX, ficava o centro das negociações com café, onde foi criada a Bolsa do Café, na época, a maior praça cafeeira do planeta. Tal qualidade permitiu a criação do café tipo Santos.

Na cidade de Santos, no início do século XX, ficava o centro das negociações com café, onde foi criada a Bolsa do Café, na época, a maior praça cafeeira do planeta. Tal qualidade permitiu a criação do café tipo Santos.
Código de barras gourmet
Notícia que saiu no site do Gourmet Updateordie. O grupo Bar Code Revolution dedica-se a criar novas maneiras de apresentar este que é um símbolo da globalização. O grupo de designers japonês oferece seus serviços para industrias de diferentes segmentos.
Na linha food, os tradicionais traços que identificam a mercadoria transformaram-se em elementos culinários.

A Pera Monge do Sr. Hao
O doce olhar de Monalisa
Cana: combustível das artes e do povo
Determinante em um ciclo na história do Brasil, que, além de econômico e social, também é densamente folclórico, a cana-de-açúcar é o centro da vida colonial, a senzala, a casa grande e, por fim, o açúcar, alimento básico da doçaria brasileira. Sua industrialização tirou da cana o enorme prestígio popular, mas o que vem dela e o que lhe é devido são imensos.
Militão dos Santos - Engenho de cana, acrílico sobre tela, 2007

O trabalho Militão é pautado em um movimento conhecido como arte naïf. Trata-se da arte da espontaneidade, aliada à criatividade autêntica, em que a produção artística não possui orientação, portanto é instintiva. As pinceladas são carregadas em cores, observa-se uma riqueza de detalhes e a inspiração costuma vir da iconografia popular e do resgate da memória.
Até o século XVII, o Brasil era o maior produtor mundial de açúcar. No nordeste, do Recôncavo Baiano ao Rio Grande do Norte, cultivava-se cana-de-açúcar. Os núcleos principais de produção foram Bahia e Pernambuco. Rio de Janeiro e Espírito Santo cultivavam cana em menor escala e, de forma predominante, para a produção de aguardente que servia de moeda de troca por escravos na África.
No Brasil, a iguaria, que ficou conhecida por andar junto com a farinha do sertanejo, ganhou fama. Das mochilas de personagens famosos como Lampião, o Rei do Cangaço, a rapadura rumou às prateleiras dos supermercados, para a mesa de muitas famílias, assim como para a receita de requintadas composições gastronômicas.
Cícero Dias - Engenho Noruega, gravura aquarelada, 1933
Cícero Dias nasceu e cresceu em um engenho próximo a Recife. Da paisagem dos canaviais veio a inspiração do artista que revelou em seu livro Cícero Dias – anos 20: “Não há nada mais belo do que o movimento marítimo dos canaviais soprados pela brisa do mar”. Com Gilberto Freyre relembrou o seu passado de menino criado em engenho. Junto ao sociólogo, o pintor percorreu engenhos e senzalas de todo o estado de Pernambuco, em busca de material para sua obra Casa Grande & Senzala ilustrada por Cícero Dias (imagem acima).
No Brasil, a iguaria, que ficou conhecida por andar junto com a farinha do sertanejo, ganhou fama. Das mochilas de personagens famosos como Lampião, o Rei do Cangaço, a rapadura rumou às prateleiras dos supermercados, para a mesa de muitas famílias, assim como para a receita de requintadas composições gastronômicas.

Cícero Dias nasceu e cresceu em um engenho próximo a Recife. Da paisagem dos canaviais veio a inspiração do artista que revelou em seu livro Cícero Dias – anos 20: “Não há nada mais belo do que o movimento marítimo dos canaviais soprados pela brisa do mar”. Com Gilberto Freyre relembrou o seu passado de menino criado em engenho. Junto ao sociólogo, o pintor percorreu engenhos e senzalas de todo o estado de Pernambuco, em busca de material para sua obra Casa Grande & Senzala ilustrada por Cícero Dias (imagem acima).
A rainha do Brasil troca de nome, mas não perde a majestade
Aipim, candinga, castelinha, macamba, macaxeira, mandioca-brava, mandioca-doce, mandioca-mansa, maniva, maniveira, moogo, mucamba, pão-da-américa, pão-de-pobre, pau-de-farinha, pau-farinha, tapioca e uaipi, seja qual for o nome, a mandioca é o tubérculo mais antigo consumido no Brasil.
Contam que, quando Sérgio Buarque de Holanda lançou a primeira edição do livro Raízes do Brasil, um coronel de Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba, após ler o título da obra, exclamou espantado: “Até sobre a mandioca os intelectuais dessa terra andam escrevendo!”. A “rainha do Brasil”, como a chamou Câmara Cascudo em seu livro História da Alimentação no Brasil, é um alimento genuinamente brasileiro, proveu sustento à população colonial e até hoje tem importância na dieta nacional. Avançando nas matas e abrindo clareiras em busca de índios ou de ouro e pedras preciosas, os bandeirantes deixavam em seu rastro plantações de mandioca.
O folclore em torno do tubérculo começa pelos relatos dos primeiros portugueses que, ao terem contato com o estranho alimento, não conseguiram identificá-lo e descreveram seu consumo como sendo de inhame. Outros mais descrentes pensavam que os índios faziam farinha de uma espécie de madeira, daí seu nome “pau-de-farinha”. Séculos mais tarde, a mandioca mostraria sua importância na política nacional com a chamada “Constituição da Mandioca”. Em 1823, um anteprojeto que deveria ser a base da Constituição foi apresentado por uma comissão liderada por Antônio Carlos de Andrada e Silva, irmão de José Bonifácio. Com caráter marcadamente anticolonialista e xenofóbico, o anteprojeto procurava limitar ao máximo o poder de D. Pedro I, valorizando a representação nacional. E para garantir que o poder parlamentar ficasse nas mãos da aristocracia rural brasileira, a capacidade eleitoral foi condicionada à renda (mas não em dinheiro), pautada numa mercadoria de consumo corrente: a farinha de mandioca.
Ainda sobre as origens da mandioca, existe uma lenda indígena que contribuiu para o nome científico da planta, Manihot esculenta, dado pelo austríaco Emmanuel Pohl, botânico que percorreu o Brasil entre 1817 e 1821. Diz a lenda que a filha de um poderoso chefe indígena foi viver em uma velha cabana distante ao ser expulsa de sua tribo por ter engravidado misteriosamente. Essa índia deu à luz uma linda menina muito alva, que se chamou Mani.
A notícia do nascimento se espalhou por todas as aldeias e fez o grande chefe esquecer suas dores, seus rancores e cruzar os rios para ver sua filha. Ao completar três anos, Mani morreu de forma também misteriosa. A mãe enterrou a filha perto da cabana em que vivia e sobre ela derramou seu pranto por horas. Com os olhos cansados e cheios de lágrimas, a índia viu brotar de lá uma planta.
As pessoas vieram ver a planta miraculosa que mostrava raízes grossas e brancas em forma de chifre. Desde essa época a mandioca tornou-se um alimento para os índios (mandi = Mani, nome da criança; oca = casa). Podemos ver na história de Mani a relação com a antropofagia, pois, ao comer o fruto da terra, os outros membros da sociedade estariam comendo a si mesmos, numa evidente forma de preservar as identidades.

De norte a sul do Brasil, a mandioca enriquece as receitas nacionais, desde a maniçoba do paraense ao churrasco do gaúcho. Sem a mandioca, o Brasil teria perdido grande parte de
sua cultura alimentar.
Contam que, quando Sérgio Buarque de Holanda lançou a primeira edição do livro Raízes do Brasil, um coronel de Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba, após ler o título da obra, exclamou espantado: “Até sobre a mandioca os intelectuais dessa terra andam escrevendo!”. A “rainha do Brasil”, como a chamou Câmara Cascudo em seu livro História da Alimentação no Brasil, é um alimento genuinamente brasileiro, proveu sustento à população colonial e até hoje tem importância na dieta nacional. Avançando nas matas e abrindo clareiras em busca de índios ou de ouro e pedras preciosas, os bandeirantes deixavam em seu rastro plantações de mandioca.
O folclore em torno do tubérculo começa pelos relatos dos primeiros portugueses que, ao terem contato com o estranho alimento, não conseguiram identificá-lo e descreveram seu consumo como sendo de inhame. Outros mais descrentes pensavam que os índios faziam farinha de uma espécie de madeira, daí seu nome “pau-de-farinha”. Séculos mais tarde, a mandioca mostraria sua importância na política nacional com a chamada “Constituição da Mandioca”. Em 1823, um anteprojeto que deveria ser a base da Constituição foi apresentado por uma comissão liderada por Antônio Carlos de Andrada e Silva, irmão de José Bonifácio. Com caráter marcadamente anticolonialista e xenofóbico, o anteprojeto procurava limitar ao máximo o poder de D. Pedro I, valorizando a representação nacional. E para garantir que o poder parlamentar ficasse nas mãos da aristocracia rural brasileira, a capacidade eleitoral foi condicionada à renda (mas não em dinheiro), pautada numa mercadoria de consumo corrente: a farinha de mandioca.
Ainda sobre as origens da mandioca, existe uma lenda indígena que contribuiu para o nome científico da planta, Manihot esculenta, dado pelo austríaco Emmanuel Pohl, botânico que percorreu o Brasil entre 1817 e 1821. Diz a lenda que a filha de um poderoso chefe indígena foi viver em uma velha cabana distante ao ser expulsa de sua tribo por ter engravidado misteriosamente. Essa índia deu à luz uma linda menina muito alva, que se chamou Mani.
A notícia do nascimento se espalhou por todas as aldeias e fez o grande chefe esquecer suas dores, seus rancores e cruzar os rios para ver sua filha. Ao completar três anos, Mani morreu de forma também misteriosa. A mãe enterrou a filha perto da cabana em que vivia e sobre ela derramou seu pranto por horas. Com os olhos cansados e cheios de lágrimas, a índia viu brotar de lá uma planta.
As pessoas vieram ver a planta miraculosa que mostrava raízes grossas e brancas em forma de chifre. Desde essa época a mandioca tornou-se um alimento para os índios (mandi = Mani, nome da criança; oca = casa). Podemos ver na história de Mani a relação com a antropofagia, pois, ao comer o fruto da terra, os outros membros da sociedade estariam comendo a si mesmos, numa evidente forma de preservar as identidades.

Vicente do Rego Monteiro - Mani Oca/O nascimento de Mani, aquarela e nanquim sobre papel, 1921
De norte a sul do Brasil, a mandioca enriquece as receitas nacionais, desde a maniçoba do paraense ao churrasco do gaúcho. Sem a mandioca, o Brasil teria perdido grande parte de
sua cultura alimentar.
Escultura com mandioca
Os artistas Lusyennir Lacerda e Demóstenes Fidélis criam peças a partir da fécula de mandioca, também conhecida como goma ou polvilho. Inspiradas principalmente no patrimônio cultural imaterial, nos personagens históricos e nas figuras representativas da cultura popular brasileira.


Lusyennir Lacerda e Demóstenes Fidélis - Lavrador, goma de fécula de mandioca, 2008
Vitrais do Mercado da Cantareira
Ponto alto da decoração do Mercado Municipal de São Paulo. A execução dos vitrais foi obra do artista russo Conrado Sorgenicht Filho, famoso pelo trabalho realizado na Catedral da Sé e em outras 300 igrejas brasileiras. São 32 painéis, subdivididos em 72 vitrais, onde se podem ver o trabalho manual do colono no cultivo e na colheita, a tração animal para o arado e para o transporte, a paisagem e a criação de gado e de aves que compunham o cenário para sua obra. A confecção dos vitrais demandou a Conrado cinco anos de trabalho, e no fim dos anos 1980, Conrado Sorgenicht Neto se encarregou da restauração dos vitrais que
seu pai havia criado 60 anos antes.
seu pai havia criado 60 anos antes.

Estevão Silva deu vida à natureza morta
Formado pela Academia Imperial de Belas Artes e um dos melhores pintores de naturezas-mortas do Brasil, Estevão Silva especializou-se na pintura de frutos, que constitui parte substancial de sua obra. O artista costumava esconder atrás de seus quadros, quando expostos, pedaços das frutas que retratava nas telas. Desse modo conseguia estimular não só a visão, mas também o olfato de quem admirava sua obra, proporcionando uma experiência sensorial mais abrangente.
A mesa brasileira vista pelo olhar estrangeiro
Muitos brasileiros vêm mostrando a singularidade da alimentação nacional. São músicos, artistas plásticos e escritores que exaltam os elementos de uma alimentação tipicamente brasileira em suas obras e retratam diversas épocas da história do Brasil. Essa representação, por meio de várias formas de expressão artística, nos ilustra como esses elementos são importantes culturalmente e qual o impacto dessas obras na sociedade.
As primeiras impressões sobre o Brasil foram produzidas pelo olhar estrangeiro de viajantes, cronistas e artistas que elaboraram descrições e paisagens desta terra. Essa visão sem dúvida condicionou nosso próprio olhar, fazendo com que nosso imaginário se povoasse de cenas da vida nos trópicos herdadas dessas descrições.
As primeiras impressões sobre o Brasil foram produzidas pelo olhar estrangeiro de viajantes, cronistas e artistas que elaboraram descrições e paisagens desta terra. Essa visão sem dúvida condicionou nosso próprio olhar, fazendo com que nosso imaginário se povoasse de cenas da vida nos trópicos herdadas dessas descrições.
Jean-Baptiste Debret - O Jantar, 1834 - 1839
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